E lá fora a chuva cai


Horas de luz reduzidas nos dias em que a precariedade dos raios de sol nos visita à mercê de ordens superiores. O nevoeiro mantém-se presente na tez acinzentada que não muda de posição, assim como a escassez de palavras que gosto de degustar, se tornaram retidas em muros inacessíveis. Tal guarda-chuva, por vezes ficasse impenetrável, impermeável, indiferente ao mundo ao nosso redor. Será capacidade inata de alguns? Incapacidade nata de outros? Eu diria, regendo-me por teorias sem bases científicas assentes, lei de evitamento,  de esquecimento, um qualquer cimento no orgão responsável pelas batidas vitais. Capacidade de uns, incapacidade de outros. Assim decorre a vida e já tinha idade, talvez até maturidade para aceitar que cheguei tarde ou até mesmo, sendo mais certeira, não cheguei. Com um nó na garganta, incapaz de vociferar um ruído que seja, limito-me ao silêncio. E continuo a saltar entre pinga e pinga, tentando tornar este coração penetrável, permeável e diferente, semelhante a um guarda-chuva. Valha-me ao menos a teoria, de que tudo tem prazo de validade, um guarda-chuva não dura para sempre e um coração também não. E lá fora a chuva cai.

3 comentários:

  1. Muito gosto em estar pela primeira vez neste
    seu blogue. Gostei. Voltarei de novo.
    Saudações
    Irene

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  2. A chuva que cai na natureza e na alma...

    Sem ela, não saberíamos apreciara devidamente o sol.

    Um beijo

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  3. tanta nostalgia como a chuva que cai lá fora ( e dentro do coração) mas amanhã o sol brilhará e um sorriso iluminará o teu rosto.

    um beij

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