Sinais do tempo


O tempo esse semáforo da alma. Nele depositamos toda a nossa esperança, no brilho luminoso do verde, no futuro que há-de vir. Perpassamos a nossa vida, a olhar para trás, para o que foi, o passado que foi e que não voltará. Alertas amarelos de tempestade, mais não são, do que sinalefas marcantes, ecos soturnos, gritos mudos de atenção. E entre campos verdes e amarelos, esquecemo-nos da presença do momento, o presente do viver. E surge o buzinar de chamamento, vindo das entranhas da alma e do corpo. Daquele orgão, responsável pelo compasso do tempo, qual maestro da sinfonia. Pungente coordena a orquestra em tons de vermelho, sinal marcante da alma, prenúncio do presente a ser vivido. E o tempo silencioso no relógio, anuncia mais um segundo no decorrer da vida, gastos minutos nos tons dos semáforos, entre o que foi e o que será. Espaços entre as horas dos ponteiros, com o uivo do vento e os pingos da chuva a darem o mote para o tic-tac da vida, a ser vivida.

1 comentário:

  1. Entre o tempo e as margem, é preciso navegar.

    Maravilhoso o teu texto.


    L.B.

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