Amar e mar, há ir e não voltar


"Há uma mulher a morrer sentada
Uma planta depois de muito tempo
Dorme sossegadamente
Como cisne que se prepara
Para cantar
Ela está sentada à janela. Sei que nunca
Mais se levantará para abri-la
Porque está sentada do lado de fora
E nenhum de nós pode trazê-la para dentro
Ela é tão bonita ao relento
Inesgotável
É tão leve como um cisne em pensamento
E está sobre as águas
É um nenúfar, é um fluir já anterior
 Ao tempo
  Sei que não posso chamá-la das margens"
                                                                                    
     Daniel Faria

2 comentários:

  1. Tranquilamente amargo, belo...

    Daniel Faria - Uma poesia que extravasa das palavras e inunda a alma.

    Um beijo

    ResponderEliminar
  2. A cantá-la morta, mas nunca esquecida.
    ¬

    ResponderEliminar