Rituais


Insaciável leveza na cobertura do céu, de nuvens carregadas de pingas a transbordar. Eis que de repente, os raios de sol enaltecem e embriagam de luz dourada, o tempo que se arrasta, nesta primavera adormecida. A noite lentamente desce, encobre-me de sons taciturnos. Uma brisa de maresia a sul, inebria-me os sentidos. Pausadamente, ouço o chilrear das andorinhas que em voo desenham o percurso de casa. Delicadamente abordam os beirais. Num pio em surdina iniciam os seus rituais. E eu, acomodada, aguardo.

3 comentários:

  1. Belíssimos rituais estes aqui descritos com tanta delicadeza e doçura.
    Há rituais que devemos sempre manter e viver.

    Tens dois mimos no meu atomovida, um dos meus blogs ;)

    Beijo

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  2. Acomodar também é uma escolha, nada acomodada, mas é. Omitir-se, outra. Alienar-se também. E entretanto, ao acomodar-se, seus sentidos continuam... sentidos. A um passo de se levantar e reagir... reagir!

    ¬

    Boa semana.

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  3. As palavras por aqui fazem todo o sentido. Gostei, e muito, do que li.

    Bj

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