Por te rever


Distâncias incalculadas de paragens
como pássaros migratórios que saltitam de ninho em ninho
minúsculos aconchegos de luz que acalmam o sentir
instantes de felicidade etérea em que no vislumbrar do azul
de marejos latentes à espera surgem gritos de ternura
que imergem na sombra das pedras onde os lagartos se rendem ao sol
linhas entrançadas que acometem a alma e relembram
os sentidos não esquecidos, não perdidos, apenas imersos em banho-maria 
 de sonhos soprados ao relento, dúvidas soletradas na esfera da vida
de memórias cravadas no corpo, de anseios e desejos presentes.
Reencontro nas palavras de risos, sorrisos bafejados na brisa cúmplice batente
em que juntos revelamos como rouxinóis, o trinar de músicas que nos ascendem o olhar,
percurso de voo que a voz em surdina atropela a hora e o dia,
assim ficamos, na espera da rendição,
onde no aquário da memória, o sonho vê a vastidão do mar
e apenas aguarda o som que tarda a irromper no silêncio
e lhe abre a comporta entre o imaginário e o real
para que possa mergulhar e nadar
em direcção à liberdade.

2 comentários:

  1. ..ah...mergulhei...mergulhei na imensidão deste mar de palavras salgadas e infinitas.

    Um beijinho
    da
    Assiria

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  2. Senti-me envolta neste "mar" de palavras, nestas águas profundas de sentires.

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