Trajectos no chão
entre folhas que atapetam e pintam
de cores luminosas ou sombrias
consoante o olhar do hoje, do aqui, do agora
consoante o segundo, o minuto, a hora
consoante a urgência, a importância, a disponibilidade
ramos de vida
vivida e por viver
a sonhar ou acordada
percursos tantos por caminhar
ora a sós, ora acompanhada
inscritos, transcritos, descritos
em palavras tantas ditas e tantas por dizer
em silêncios de escombros, sombrios e vazios
por vezes a nu, por vezes vestidos
por vezes em conjunto, por vezes em separado
por vezes frios, por vezes quentes
ramificações sem vida
de raízes moribundas e a morrer
onde a água não correu
num fim de verão ao qual cedeu
tentáculos de seiva em gritos suplicantes
pelo adubo que a terra comeu
eis-me assim exposta
à erosão dos dias que passam
e se a chuva vier
e se hidratar cada poro cutâneo
e se ainda chegar a tempo
pode ser que germine novamente
que fortaleça o ressequido da pele
e na estação das flores floresça.
este poema é muito reflexivo e com uma mescla de nostalgia, e saudade.
ResponderEliminarem palavras tantas ditas e tantas por dizer
cito esta frase tão verdadeira que diz tudo ou quase tudo.
um beij
linda poesia, linda foto. Sempre é tempo de florescer! Beijo e bom fim de semana para você
ResponderEliminarSempre conduzida. Não há solidão que resista à certeza de um vida que se complementa em si mesma e em suas próprias convicções.
ResponderEliminarNão é da estação o sentimento, é da força da vontade em renascer a cada dia, todos os dias... Deixando de ser paisagem para ser mulher.
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Boa semana, Sempre.