Guardo-te


Guardo-te
num jantar à beira-mar
numa noite de verão
em areia nos pés e em pés na areia
nas minhas mãos e nos teus (a)braços
em sorrisos de pele e em pele de sorrisos
em olhares de menino anjo e vulcão menina
em quilómetros de estrada voados em segundos
em músicas ouvidas e trauteadas a dois
em noites de teatro e teatro na noite
nas conversas sem fim e no fim sem conversas
em borboletas na barriga quando estás por perto
no gelo do inverno e no despontar da primavera
nas esquinas do tempo e no cativar do principezinho
em sabores, odores e cores
nas folhas em queda do outono e nas pingas à chuva
num rio de luar de prata e em castas de vinho tinto
nas papilas e nas pupilas te degusto
em saudades aos molhos sinto a falta
na rebentação das ondas onde o farol faz casa
nas asas da noite voo em direcção à luz da manhã
num desejo de fogo apago-me ao vento
na pira da espera faço esferas no chão
e assim recordo-te em memórias
que arquivo num cantinho
bem aconchegado do coração.

4 comentários:

  1. Que memórias ... que coração!!

    Que esse rio não pare de correr nessas mãos onde a chuva tem sabor a prata...
    Que essa prata não seja gelo: frio nas asas da noite
    Que essa noite Te seja sabores despontados na flor: flor da Primavera

    Beijos Querida
    Adorei ...ummmm bom mesmo...

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  2. somos mais do que os que existem em mim. afinal.

    algumas das palavras que desenham esta folha são já desenharam folhas minhas. da mesma casta. borboletas.

    beijo
    F

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  3. e que fique bem arquivado para nunca se esquecer.
    gostei muito!
    beij

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  4. Saudades de passear por aqui...
    Gostei muito deste teu poema, nas memórias guardamos tesouros sem preço!




    Beijos

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