Intempéries da alma


O céu encobre-se de um cinza prata, quando as nuvens resolvem ter conversas juntas, carregadinhas de palavras a soletrar e perante o murmurar em surdina de cada uma, as palavras ganham ênfase e transformam-se num ruído louco a suportar. E o ruído intensifica-se, bate na janela e quer entrar. Ouço-o, abro a porta de par em par, e mergulho na noite, junto-me a ele e ali pretendo ficar. Escuto os seus pedidos, gritos surdos de alma carente a mendigar, e embalo-o com carinho neste colo a pernoitar.

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