Súplicas clamadas


Carrego-me de medos
nas orlas, sinto-me à margem
num coração aflito,
insisto pelo bater
num pulso filiforme e débil
começo a definhar,
malogrados segundos deste tempo.
Tal folha caduca persisto
agarro-me às veredas
sumptuosamente pouso
num chão sem terra
onde já foi caminho.
Vagueio numa eternidade
ilusória de papel em branco
sem traços contíguos
de uma união a declarar.
Vacilo e sigo
num vazio de vozes a suportar
numa noite sem noite
e um dia a enfrentar.
Sem luzes
atinjo as trevas
 num corpo faminto
de uma mão a agarrar
num sorriso pedinte
num olhar a suplicar.

5 comentários:

  1. Minha querida

    Um grito...um lamento feito de nostalgia, adorei ler e deixo um beijinho.

    Sonhadora

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  2. Este poema é mágico... tão fluido, tão belo! Parabéns, sinceramente :-)

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  3. ..e os medos circulam nas orlas dos caminhos (in)seguros do tempo em que os "ais" se dão num lamento d'uma só voz ..

    Amei!

    Um beijinho
    da
    Assiria

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  4. Os versos sangram... afloram a pele e doem... não menos poema... não menos poesia. Assim, poesia.

    ¬

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  5. Os medos, os receios num grito, num lamento feito dor numa voz que clama por amor.

    Lindo :)

    Beijinhos

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